Trabalhando a imagem corporal na formação integral de estudantes da Educação Profissional

A imagem corporal pode ser definida como uma representação mental do corpo baseada numa idealização do sujeito, suscetível a modificações conforme as interações e suas relações com o mundo ao redor. Trata-se de um processo contínuo, fundamentado na existência individual da pessoa (Tavares, 2003).

De acordo com Le Boulch (1992), a “imagem corporal” constitui o núcleo central da personalidade do sujeito e é o ponto de partida na sua organização prática e gnóstica. Esse elemento psicomotor atua como alicerce para outros fatores psicomotores, como a tonicidade, o equilíbrio, a lateralidade, a estruturação espaço-temporal, a praxia global e a praxia fina.

Por se tratar de uma construção dinâmica e em constante evolução, é importante que se trabalhe a imagem corporal na EPT, visando, assim, o desenvolvimento integral dos educandos, posto que o (re)conhecimento de si será a oportunidade inicial de preparar e firmar os demais elementos psicomotores.

Logo, se considerarmos que o autoconhecimento é crucial para a formação integral, a construção de uma imagem corporal mais precisa e assertiva possível ajudará a aumentar a consciência do próprio corpo, evitando distorções de sua imagem e prejuízos ao seu desenvolvimento.

Nesse sentido, e considerando o contexto da Educação Profissional, é possível que trabalhemos a imagem corporal através de dinâmicas que envolvam a utilização de espelhos ou a representação dos corpos a partir de desenhos, promovendo um ambiente acolhedor, dialógico e reflexivo, onde os sujeitos possam, por intermédio das vivências propostas, iniciar um processo de conscientização corporal e de autoconhecimento, o que consequentemente refletirá na sua autoestima e na forma como esse sujeito interage na realidade em que encontra-se inserido.

Por fim, assentimos que o bom desenvolvimento da imagem corporal impacta diretamente na confiança e a autoestima das pessoas, o que por sua vez, influenciará em diversas áreas da vida das mesmas, inclusive em sua atuação profissional. Sendo, portanto, o ambiente escolar um local propício pra trabalharmos esse fator psicomotor, com estratégias e didáticas que valorizem a diversidade e a aceitação de corpos reais.

Referências:

LE BOULCH, Jean. O Desenvolvimento psicomotor: do nascimento aos 6 anos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

TAVARES, Maria da Conceição Cunha. (2003). Imagem Corporal: Conceito e Desenvolvimento. São Paulo: Manole.